A economia que não me ensinaram na faculdade

Paulo Silveira
3 min readFeb 28, 2021

Você já ouviu o mesmo episódio de podcast várias vezes? Eu já… Ouvi centenas de vezes os mesmos 215 minutos e 35 segundos de Naval Ravikant: empreendedor e investidor early-stage de empresas como Uber, Twitter, Notion, Clubhouse, Stack Overflow e outras.

Mesmo depois dessas centenas de vezes, ainda não me sinto confortável em escrever sobre o episódio com pretensão de propriedade sobre o que é dito.

Mesmo assim, fiz uma breve (e espero que convidativa) apresentação textual dos minutos iniciais da combinação mais interessante que já encontrei na minha vida: microeconomia, computação e empreendedorismo.

O que é riqueza?

É a fábrica usando robôs na linha de produção, é o programa de computador servindo seus clientes, é o dinheiro no banco sendo reinvestido em outros ativos e empresas.

Riqueza é o ativo que rende enquanto você dorme.

Por que desejar riqueza?

Riqueza serve para comprar liberdade: largar a roupa social do escritório, parar de acordar 6h da manhã para se arrumar e pegar o metrô, desperdiçar sua vida jogando horas produtivas no lixo por causa de um trabalho sem alma ou propósito.

A função da riqueza é dar liberdade. Não é comprar roupas caras, Ferraris ou iates. Esse tipo de coisa enjoa rápido. Riqueza é sobre ser um indivíduo independente.

Todo mundo pode ser rico?

A riqueza não é um jogo de soma-zero. Riqueza é criação de abundância. Por exemplo, todo mundo pode ter uma casa. O fato de você ter uma casa não me impede de ter uma casa. Pelo contrário, quanto mais casas existirem, melhor ficamos em construir casas.

Toda a riqueza da civilização humana foi criada: pessoas, ideias, tecnologias, produtividade e trabalho duro. É por isso que uma pessoa vivendo num país de terceiro mundo hoje é mais rica que um aristocrata francês do século XVI.

Tecnologia é o caminho da riqueza

Tecnologia é ciência aplicada com o propósito de criar abundância. Imagine se a partir de amanhã todo ser humano tivesse o conhecimento de um bom engenheiro de hardware ou software. Todo ser humano dominando o conhecimento necessário para construir robôs, computadores, pontes e programas de computador.

Como essa sociedade hipotética estaria daqui a há 20 anos? Vivendo em abundância e com todas as necessidades básicas da humanidade satisfeitas por meio da automação tecnológica.

Ninguém fica rico vendendo horas de trabalho

Quase todo trabalho assalariado tem uma relação de equivalência entre esforço e recompensa. Você é pago para trabalhar por X horas todos os dias. Quando está dormindo, não ganha nada. Quando está no metrô lotado, não ganha nada. Basicamente, você é substituível e em algum momento uma máquina tomará o seu lugar.

Se você quer ficar rico, precisa de um emprego, carreira ou profissão onde o esforço é desproporcional à recompensa. Busque oportunidades onde uma hora de trabalho pode multiplicar o resultado em mil vezes ou, logicamente, mil horas de trabalho podem levar a nenhum resultado.

Gerar riqueza é trabalhar com o que a sociedade quer, mas ainda não sabe como conseguir

A questão é entender o que você pode fornecer à sociedade, algo que ela não saiba que precisa e que esteja dentro da sua capacidade. O próximo passo é descobrir como escalar isso.

O Steve Jobs e a equipe que trabalhava com ele entenderam que a sociedade queria celulares. Um computador de bolso que fosse fácil de usar e oferecesse todas as funcionalidades de um telefone comum multiplicadas por 100. Depois disso, descobriam como construir e escalar o iPhone desde a sociedade de alto padrão até as massas.

Na Internet a escala é viral e a autenticidade é a cura

A Internet é um meio de acesso virtual aos 7 bilhões de seres humanos no planeta. Por mais que aquilo que você faça não agrade bilhões de pessoas, é possível alcançar 50 mil pessoas que gostam daquilo que você faz. A Internet te dá escala. Contudo, o fácil acesso e a possibilidade de escala sempre atraem a competição.

O antídoto para o veneno da competição é autenticidade. Ninguém pode vencê-lo em ser você mesmo.

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